10 outubro 2010

A rainha das Pin - ups Bettie Page



Única e talentosa, que com seu jeito sensual e (sim!) totalmente inocente, conquistou o imaginário das pessoas durante todos estes anos, mesmo afastada prematuramente dos flashes.

É redundante e até clichê postarmos sobre sua vida e sua história, mas torna-se INEVITÁVEL não o fazer especialmente HOJE, justamente por sermos uma loja que resgata conceitos como 50´s, pin up, vintage, totalmente ligados a ela.

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Betty Mae Page foi a segunda de seis filhos de Walter Roy Page e Edna Mae Pirtle. A família vivia em condições financeiras precárias não permanecendo por muito tempo no mesmo lugar. Com a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929 a situação piorou. Os pais se divorciaram em 1932 e no ano anterior Walter havia sido preso por alcoolismo e desordem. Edna Pirtle se estabeleceu em dois empregos, enviando Bettie e duas de suas irmãs para um orfanato por um ano. Aos quinze anos de idade Bettie foi violentada pelo próprio pai, quando ele havia voltado a morar com a família. Em idade tenra, Page conheceu responsabilidades duras e aprendeu a tomar suas próprias decisões.

Entre o coro da igreja e o salão de beleza que Edna trabalhava, Bettie mantinha seu tempo costurando. Foi considerada uma estudante excepcional e sempre mostrou interesse pelo cinema e a vida de modelo. Coordenou o grupo de arte dramática e se formou bacharel em Artes no Peabody College, em 1943.

No mesmo ano, casou-se com Billy Neal, seu namorado e se mudaram para SãoFrancisco. Lá, obteve seu primeiro trabalho como modelo. Com cinco anos de casada, divorciou-se de Neal e mudou-se novamente, dessa vez para Nova Iorque. Passeando em Coney Island, conheceu o policial Jerry Tibbs, por volta de 1950. Tibbs era também fotógrafo amador e criador da “pin up” Bettie. Ao perceber que sua testa era larga demais para usar o cabelo partido ao meio, pois refletia a luz ao ser fotografada, Tibbs sugeriu que Bettie cortasse sua franja, eternizando, assim, a franja convexa lisa.

Bettie interveio na moda. Criou seus maiôs e biquinis e a tanga clássica de oncinha.


Mas apenas os fotógrafos Irving Klaw e Bunny Yeager imortalizariam a pin up Bettie Page. Bettie há muito havia trocado a cadeira de secretária pela vida de modelo. Os horários eram independentes, a carga horária menor e o sálario maior. Quando ela resolveu posar para Klaw aceitou o contrato dele que afirmava que o pagamento só seria disponível mediante poses com bondage (tipo específico de fetiche, geralmente relacionado com sadomasoquismo, onde a principal fonte de prazer consiste em amarrar e imobilizar seu parceiro ou pessoa envolvida).

O então presidente do Senado Carey Estes Kefauver, contrário às fotografias de Irving Klaw, pela apologia ao sadomasoquismo, requisitou a própria modelo a depor no Senado. O mais interessante disso tudo é que Bettie Page não tinha a menor noção de que suas fotos eram tão “perigosas” para a juventude da época, sempre tão “protegida” de todo e qualquer assunto relacionado à sexualidade. Para ela era um trabalho como outro qualquer, em que ela se divertia e ganhava seu dinheiro. E é impressionante como Bettie era naturalmente sensual em suas fotos, fossem elas relacionadas ao bondage, nua no meio da mata ou de biquini na praia.

Várias publicações da época como Eyeful, Beauty Parade ou Wink a procuraram. Em janeiro de 1955 é capa da Playboy e no mesmo ano recebe das mãos de Hugh Hefner (o dono desta publicação) o título de A Miss Pin Up Girl do Mundo. Hefner é um dos maiores benfeitores de Bettie ainda hoje e, na ocasião de sua morte no ano passado, afirmou que Bettie foi a maior modelo de todos os tempos.


* Curiosidade: quando posou para a Playboy, Bettie tinha 32 anos, idade impensável para posar nua, na época. Assim, ela *omitiu* sua idade verdadeira afirmando ter 25 anos.

Casou-se novamente, com Armand Walterson, e em 1958 desapareceu da vida pública sem uma razão definida. Alguns culpam o caso Kefauver x Klaw, outros atribuem ao casamento com Walterson. Sabe-se que após seu casamento com Walterson, Bettie tornou-se numa devotada religiosa. Há rumores de que passou a ter distúrbios mentais e por isso se recolheu.

Sua última entrevista foi em 1962, oportunidade em que observava aspectos do divórcio com Walterson.

Sua carreira no cinema foi fulgaz e praticamente inexistente. As imagens dela ficaram imaculadas do sotaque sulista, sotaque que Hollywood delimitava fora dos filmes dos anos dourados.

Ela desejava ser lembrada como nos anos dourados de sua meteórica carreira como modelo e por isso ninguém nunca mais a viu. Ela não tinha a menor noção de que era um ícone da cultura pop do século XX, até que um jornalista a encontrou e a posicionou sobre sua importância na cultura do século XX. Assim, também a auxiliou nas questões de direito autoral e direito de imagem.

Para conhecer um pouquinho de sua história, indicamos o filme The Notorious Betty Page:


Fonte: wikipedia e o próprio filme The Notorious Betty Page.

Site de Bettie Page: www.bettiepage.com.

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